terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Refletindo sobre "Sete minutos"

Sete minutos

Texto escrito por Ana Lúcia Pintro em 9 de agosto de 2006

Dediquei muitas horas de estudo para conhecer um material didático interessante para ensinar polinômios aos alunos da sétima série. Planejei as aulas cuidadosamente. Fui além, elaborando jogos. Organizei a turma em grupos de quatro membros. Distribuí quadrados e retângulos azuis e vermelhos. Peguei a listagem de exercícios. Iniciei o conteúdo sempre interagindo com a classe.
De repente, percebi que quatro meninos estudavam para a prova de Ciências que aconteceria assim que meu tempo terminasse. Fiquei indignada. Mais ainda, depois que descobri que aquela avaliação seria com consulta! Critiquei-os, cheia de razão, sob meu ponto de vista: “Vocês apresentam dificuldades em matemática. Eu preparo uma aula prática para que possam compreender melhor o conteúdo em questão. O que pretendem? Fico decepcionada com essa atitude que me leva a crer que realmente não preciso ajudá-los. Se reprovarem, posso lavar minhas mãos. A minha parte, eu fiz e bem feita.”
Após desabafar na sala dos professores, ouvi uma sugestão: “Assista uma peça teatral gravada em DVD, intitulada Sete Minutos, com Antônio Fagundes. Irás se identificar com o ator decepcionado e irritado com as atitudes do público. Ele próprio a escreveu relando os problemas encontrados nos palcos em relação ao comportamento da platéia. Assim, vai lhe ajudar a superar essas decepções.”
Sempre gostei da interpretação de Antonio Fagundes na televisão e no cinema. A partir de agora eu o admiro incondicionalmente. A peça que vi é obra de sua vivência de ator iniciada há trinta e sete anos, quatro anos antes do meu nascimento!
Pude fazer comparações do trabalho dele com o meu em sala de aula, que excedem o espaço que me é reservado para escrever. Ele reclamava das tosses, dos roncos, dos celulares tocando, das balas sendo passadas, do barulho do pacote de batatinhas e do homem que teve a audácia de tirar o sapato e colocar os pés sobre o palco. Eu pensava nas coisas que perturbam, nós professores, enquanto ministramos nossas aulas: chicletes, pirulitos, papéis de bala no chão, bonés tapando os olhos, conversas sobre namorados, bolinhas de papel, espelhos, batons, escovas de cabelo, alunos na janela, recadinhos circulando, carteiras riscadas, livros esquecidos, tarefas esquecidas, materiais esquecidos, trabalhos esquecidos.
O que dói não são os fatos isolados. O que nos machuca é saber que nos preparamos para apresentar um modesto espetáculo e somos desrespeitados por pessoas que deviam estar ávidas para buscar ampliar seus conhecimentos, desenvolver seu raciocínio e partilhar idéias.
Fagundes, representando a si próprio na peça, recusou-se a continuar com a peça por causa do comportamento de algumas pessoas e expulsou todos do teatro. Os protestos dos expulsos e dos atrasados, impedidos de entrar, lhe renderam muitas críticas, inclusive, dos próprios colegas. Que professor já não foi criticado por não aceitar que um aluno entrasse atrasado ou por ter retirado da sala alguém que tenha lhe ofendido? Inclusive, pelos próprios colegas de profissão? Ele admite: “O ator que faço é o único que leva pancada de todos os lados e é o que mais tem a aprender.”
As nossas reclamações podem ser uma declaração de amor ao Magistério. Concluo com as palavras de Antonio Fagundes: “A peça é uma declaração de amor porque estou prestando atenção a eles. Seria uma agressão se eu ignorasse aquelas pessoas. Pode fazer o que quiser que não me atinge! Não, me atinge, eu me incomodo com eles, eu me preocupo com eles. Não é só uma declaração de amor quando você diz que ama; é uma declaração de amor quando você diz que se importa.”

Refletindo sobre "A excêntrica família de Antonia!

A excêntrica família de Antonia
Texto escrito por Ana Lúcia Pintro

Não faz muito tempo que o assunto do dia era sobre um caso de necrofilia – atração sexual mórbida por cadáveres - ocorrido em nossa região. Pelos comentários, percebia-se indignação, revolta, perplexidade, análises superficiais, incoerência e até a insensibilidade humana:
- Eu não me conformo em saber que há gente capaz de fazer coisas tão horríveis.
- Um cara desses tem que ser castrado e jogado numa fossa de merda.
- Estou apavorada! Nem quando morremos temos paz. O que é isso, meu Deus? Onde vamos parar? Esse mundo está virado mesmo. Cada dia fica pior!
- Sabiam que isso é uma patologia? Há vários tipos de desvios sexuais. Freud explica...
- Que nada! O falecido estava com saudade.
- Vai ver que era alguém querendo “uma mais apertadinha” e além do mais, dizem que ela era muito bonita.
- Ou desejando novas aventuras amorosas, algo diferente.
- Como vocês têm coragem de fazer humor-negro numa situação dessas? Que falta de sensibilidade! Isso não é um filme de terror, fantasia. Há pessoas sofrendo duplamente.
- Hoje em dia, não há lugar no mundo protegido das maldades. Não adianta buscar refúgio em cidades pequenas pensando que elas ainda reservam tranqüilidade, harmonia e respeito entre as pessoas. Quem diria que num lugar pacato aconteceria algo tão tenebroso! Isso tudo me faz lembrar do filme:“A excêntrica família de Antonia”.
O título provocou minha curiosidade. Uma de minhas amigas, que planeja organizar um “sebo de filmes”, emprestou-me o vídeo. A história contra a trajetória de Antonia, que volta à sua terra natal para o enterro da mãe. Ela resolve então ficar na cidade, trabalhando na fazenda pertencente à família. Começa uma nova vida ao lado da filha e, depois, da neta e da bisneta.
A família de Antonia realmente é excêntrica – original, extravagante, esdrúxula, esquisita. Porém, seus vizinhos também são. Num lugar onde todos se conhecem e sabem de muita coisa sobre a vida alheia, não faltam fofocas, críticas, segredos, intrigas, lições de generosidade e solidariedade.
O homem que mora numa pequena comunidade é capaz de fazer as mesmas coisas que o homem que mora numa metrópole. Ambos vivenciam energias ruins e boas praticadas por seus semelhantes.
Infelizmente, regredimos ainda mais, na maneira como as notícias são divulgadas. Antigamente, os fatos macabros ou considerados vergonhosos eram sussurrados de boca em boca. Hoje, a mídia explora o sensacionalismo visando audiência e brincando com os sentimentos das verdadeiras vítimas.
O mundo que nos acolhe revela segredos a todo momento. É uma pena que não seja de uma maneira inteligente.

Refletindo sobre o filme "Escola da Vida"

Skywalker: caminhante dos céus


Texto escrito por Ana Lúcia Pintro em 30 de agosto de 2006

Os alunos foram avisados de que naquela terça-feira não haveria aula porque os professores participariam de uma reunião pedagógica. Eles gostaram do aviso porque poderiam dormir até mais tarde e assistir o desenho animado do Bob Esponja Calça-Quadrada. Poucos aproveitaram a folga para estudar mais um conteúdo que acham difícil, ler um livro, fazer as tarefas ou mesmo ajudar nos afazeres domésticos.
Enquanto isso, os professores desligaram o piloto-automático e assistiram a um filme que objetivava reanimar o trabalho docente. Certamente, aquele filme – Escola da Vida – não era dos melhores pra refletir sobre questões educacionais devido aos momentos que fogem da realidade. Afinal de contas, que escola tem estrutura pra dramatizar uma história acendendo uma fogueira dentro da própria sala de aula? Que professor ganha tão bem que pode adquirir roupas épicas a fim de trazer o passado mais próximo da realidade? Que condições existem para que se possa planejar uma aula de Ciências exibindo um pulmão em perfeito estado de conservação? Como pode o novo agradar tanto se não apresenta as marcas da experiência? Como pode o velho ser tão ruim diante das mudanças da modernidade? O bonito encanta e o feio é um tolo? O renovador é maravilhoso e o tradicional é uma tragédia? É certo ensinar a perder com alegria? É correto competir às custas da exclusão dos mais fracos? Enfim, nem um filme é perfeito! Assim, como nenhum profissional está plenamente formado.
Embora as interpretações e as partes que mais tocaram aqueles profissionais não sejam as mesmas, houve um discurso – de um jovem professor - que prendeu a atenção de todos: “Estudar é coisa pra heróis. Ir para casa é como encarar uma “Guerra nas Estrelas”. Vocês são como o Luke Skywalker ou Lucy Skywalker, conforme o caso. E a escola é onde recebemos o treinamento Jedi. Afinal, precisamos nos preparar para enfrentar o Império do Mal. Mas, o Império do mal não é a escola, não são nossos pais, nem a salsicha de gosto duvidoso da lanchonete. Não! O Império do Mal é uma crença. É crer que temos limitações. Não temos. Talvez não saibam, mas todos vocês são suspeitos. Normam Warner (refere-se a um antigo professor) foi meu mestre Jedi. O grande ensinamento que ele me passou foi como aprender sozinho; ser meu próprio mestre. Quero que aprendam que não devem se preocupar com o que vocês farão. Isso não importa. Preocupem-se com o que vocês serão. Assim, nenhum bundão vai impedir que vocês realizem seus sonhos. Este é o seu sabre de luz (fala mostrando um simples lápis). Toque numa simples folha de papel com fé, emoção e coragem e juntos faremos desse mundo um lugar melhor e me levem nessa jornada com vocês.”
As reações foram diversas. Alguns relembraram a história de Guerra nas Estrelas, outros frisaram o descrédito do ser humano no seu potencial evolutivo, admiraram a importância do lápis como instrumento de poder educativo e até retomaram momentaneamente seus sonhos de participar da construção de um mundo melhor.
Entretanto, um educador resolveu tecer apenas um comentário estranho: “Vejo em Skywalker as palavras céu e caminhante. Sky, céu! Walker, caminhante! É tão fácil criar personagens marcantes. É tão difícil ser uma pessoa importante para a humanidade.Fazer filmes é mais simples do que construir a realidade! Antes que eu vire as costas estarão dizendo que estou fora de órbita. Mas, quem é que pode ter certeza de estar no caminho certo. Talvez as borboletas e as baleias que não pensam, seguem a natureza!”
A maioria saiu convencida, mesmo inconscientemente, de que precisava ampliar o conceito do que é um lápis...

Refletindo sobre o filme "A língua das mariposas"

A língua da mariposas

Texto escrito por Ana Lúcia Pintro

Em algum lugar alguém escreveu que o filme “A língua das mariposas” é interessante e eu resolvi aceitar a sugestão de conhecê-lo. Assisti, me comovi e guardei a mensagem numa das fitas que registram passagens das minhas aprendizagens. Certa manhã, depois que bateu o sinal avisando que a quarta aula estava para começar, uma magnífica bobagem me fez relembrar dessa desconhecida produção cinematográfica.
Numa pequena cidade da Espanha, pouco antes da ditadura se instalar no país, um garoto de sete anos conheceu um velho professor. Eles eram os principais atores de uma história singela, triste e profunda que foi marcada por uma valiosa amizade. O menino vivia em paz e com o mestre descobria o prazer de aprender, de admirar e explorar a natureza, de viver com os sentidos e os sentimentos. Os ensinamentos do mestre eram práticos, ou seja, as características das borboletas eram estudadas no próprio microscópio ou tendo-as entre as mãos para sentir sua energia e a beleza que emanava das cores que a enfeitavam.
Porém, o professor não era apenas um poeta sonhador encantando com flores, árvores e animais indefesos: tinha um ideal republicano e manifestava sua indignação com o regime opressor. Devido às suas preferências políticas, foi preso pelos rebeldes fascistas e humilhado pela própria comunidade que o devotava. A população apavorada, agiu com a razão e não com o coração. A moral e a ética foram pisoteadas pelo medo do poder das armas.
Voltando à magnífica bobagem que me trouxe essas lembranças... Eu me direcionava à sala de aula, quando quatro meninas me chamaram para tirar uma dúvida. Elas observavam o pico de uma das montanhas das serras - distantes por mais de cem quilômetros - e discutiam se o ângulo que ele formava era ou não reto, ou seja, um ângulo que mede noventa graus: “Professora, a Adriele acha que é um ângulo reto. É ou não é?” Senti-me recompensada, ao saber que a origem daquele questionamento se devia aos conteúdos que eu estava abordando nas aulas de matemática. Poucas pessoas podem entender o que isso significa para uma professora, mas certamente, muitas compreenderam se fizerem uma comparação com a felicidade que sentiram quando ouviram seus filhos falando palavras que ensinaram com persistência e paciência: “Papai, mamãe, água, au-au...”
Esse simples fato é uma prova de que o trabalho que executamos na educação não é em vão. Plantamos sementes que um dia darão frutos e se investirmos nas pesquisas, melhoraremos sua qualidade e teremos um mundo melhor pra se viver.
Qual é a relação que existe entre o professor, o menino, eu e as quatro meninas? Bem, para responder eu teria que contar o final do filme. E, isso não se faz.

Refletindo sobre o filme "Meu nome é Rádio".

Rádios e Quasímodos

Texto escrito por Ana Lúcia Pintro em 19 de abril de 2006

— Temos medo do desconhecido?
— Sim.
— Como devemos enfrentar nossos medos?
— Conhecendo-os!
— Quando é que tomamos coragem para enfrentar nossos medos?
— Quando surgem as necessidades.
— De que medo estamos falando, agora?
— Do medo de fazer parte da vida de crianças, jovens e adultos portadores de deficiências mentais e físicas.
— Por que temos de dialogar sobre esse assunto?
— Porque eles devem ser integrados na sociedade e para tanto contam contigo.
— Não tenho nada a ver com isso. Meus filhos são normais e já não lhes dou a atenção que merecem. Não encontro as metodologias adequadas para trabalhar com alunos sem deficiência, quanto mais os que apresentam algum quadro de limitações físicas e mentais. O governo é que precisa rever os espaços físicos e projetar obras para facilitar o acesso dessas pessoas. Esses educadores que pregam a inclusão deveriam ser mais práticos e menos teóricos.
— Você já tocou em algum "Corcunda de Notre Dame"?
— Como assim? O que queres dizer?
— Você já conversou, se aproximou de alguém que apresenta alguma deficiência física e percebeu que essa pessoa é inteligente e capaz?
— Não tive essa oportunidade. O Corcunda de Notre Dame é também um deficiente mental, não é?
— Não, o Quasímodo aparenta ter retardado mental porque foi isolado do mundo. Negaram-lhe o direito de interagir, descobrir, entrar em contato com a cultura de seu povo. Seu equívoco é perdoável, afinal, até médicos erram dando diagnósticos de pacientes capazes intelectualmente porque pensam que a falta de habilidades motoras está associada a problemas mentais. Já vi portadores de necessidades físicas rindo de médicos que atestaram: "retardamento mental". Quem é o verdadeiro retardado nessa história?
— Entendi. O preconceito é gerado pela ignorância.
— Eu gostaria que você conhecesse o Rádio, através do filme "Meu nome é Rádio" que é baseado em fatos reais. Ele é um exemplo das pessoas normais fisicamente, que podem desenvolver suas capacidades cognitivas, debilitadas por razões nem sempre conhecidas, se receberem uma mão amiga. Esse mundo altamente competitivo carece de pessoas solidárias, capazes de acreditar que ajudar um ser humano nunca é um erro.
— Por que ele se chama Rádio? É estranho...
— Descubra assistindo o filme. Posso lhe assegurar que saber a origem desse apelido não é o que há de mais rico nessa história. Espero que não esqueça do meu pedido. Afinal de contas, perdemos o medo conhecendo e é conhecendo que aprendemos a amar. Precisamos amenizar e quem sabe acabar com os preconceitos que temos em relação aos Rádios e Quasímodos. Essa lição é importantíssima! Talvez haja um pouco de cada um deles em nós mesmos.

Refletindo sobre o filme "Filhos do Paraíso"

Filhos do Paraíso
Uma mulher especial me disse que havia alugado o filme “Filhos do paraíso” para assistir com a filha que vivia reclamando da vida: “Quero que a Adriana veja essa história porque ela nunca está satisfeita com o que tem, se queixa de tudo, sempre deseja o melhor e mesmo assim, nada está bom”.

E, enquanto secava a louça do almoço, emocionada e com os olhos molhados, ia me contando a história: “Eram dois irmãos pobrezinhos, a mãe doente, o pai ganhava pouco. Um dia o menino buscou os sapatinhos da irmãzinha que estavam no conserto e, enquanto fazia as compras na quitanda, deixou-os num canto. Por azar, o lixeiro passou e carregou os sapatinhos. Eles decidem não contar para os pais porque sabem que estão com o aluguel atrasado, que devem na quitanda e que a mãe não está bem de saúde. Então, para ir à escola, revezam o único par de sapatos restante. Todos os dias ele a espera numa ruazinha para trocar os calçados; ela saia do colégio correndo para dar tempo. Um dia o menino tenta ganhar o terceiro lugar numa maratona, onde o prêmio é uma par de tênis. Eles combinam que trocaram por um sapato de menina. Olha, se tu vê, tu chora!” Eu vi, chorei, pensei nas minhas queixas e me lembrei dos “chinelos havaianas, das congas, do kichutes e dos chinesinhos”.

Os tradicionais chinelos havaianas são facilmente encontrados em supermercados, nos dias de hoje. As lojas de calçados preferem vender os modelos elitizados por causa das mudanças que acompanharam tendências e pelo merchandising com artistas de alto nível que ajuda o cliente “a ter bom gosto”. Chegamos a pagar três vezes mais somente por causa da cor e oito vezes mais por causa do solado! É claro que não se mantiveram no mercado devido exclusivamente à qualidade. Não estou criticando a inteligência da empresa, mas o nosso consumismo.

Procurei no dicionário pelas palavras kichute, quichute, quixute, kixute e não encontrei nada, como já esperava. Por isso, vou escrever da maneira que me agrada e sei que quem conhece, sabe do que estou falando. Os kichutes eram modelos exclusivamente masculinos: pretos, fortes e com agarradeiras no solado. Era o sonho dos jogadores de futebol de campo que não podiam ter uma chuteira. Falando nisso, vi uma dessas que custa mais do que dois salários mínimos.

As congas era azuis ou pretas e podiam ser usadas por meninas. Só os privilegiados tinham uma dessas, aquecendo os pés nos dia de inverno.

O calçado que as crianças revezavam era um tênis que conheço como “chinesinho”. Tem um guardado na despensa de minha casa. Havia uma época que buscavam no Paraguai para revender, pois a demanda era grande entre os jogadores de futebol de salão. Fui pegá-lo para observar os detalhes que são poucos: parece ser feito de um tecido de algodão que encarde, mas não rasga e tem o solado verde onde se encontra a inscrição Samurai e alguns símbolos que suponho pertencerem aos hieróglifos usados na China.

Para quem não sabe Samurai é um guerreiro japonês e para mim, o menino do filme é um exemplo de guerreiro indiano que luta contra os dissabores do mundo sem reclamar. E nós, que já achamos o “máximo” ter uma conga, somos exemplos de guerreiros brasileiros que nunca desistem.

Uma Mente Brilhante (2001)

FICHA TÉCNICA: Direção de Ron Howard, com Russell Crowe, Jennifer Connelly, Ed Harris, Paul Bettany, Christopher Plummer, Judd Hirsch, Adam Goldberg, Joshua Lucas, Anthony Rapp, Austin Pendleton e Vivien Cardone.

RESUMO: Drama real baseado na vida do brilhante matemático John Forbes Nash, o qual desde o início da vida adulta precisou lutar contra a esquizofrenia, doença que lhe levava a alucinações e paranóias. O filme mostra como Nash conseque superar suas dificuldades mentais até ganhar o Prêmio Nobel de Economia em 1994.

NÍVEL DE QI RETRATADO: John Nash ganhou uma bolsa de estudos para estudar na prestigiosa Princeton University e revolucionou a Economia e a Teoria dos Jogos com o seu trabalho sobre jogos não-cooperativos. Além disso, produziu diversos trabalhos envolvendo Matemática avançada em alto nível. Tudo isso indica um QI na faixa dos 160 a 190.

COMENTÁRIOS: A trama concentra-se mais na doença mental do que no gênio de Nash, mas isso não impede o filme de ser excelente, particularmente devido à fantástica atuação do Russel Crowe. Destaque para a cena onde o jovem Nash está num bar em Princeton com seus colegas e se inspira na competição entre os rapazes pela garota mais bonita da sala para estabelecer o conceito de equilíbrio dinâmico entre concorrentes em jogos não-cooperativos de soma diferente de zero. Também se destacam as cenas onde Nash trabalha febrilmente com Matemática avançada, escrevendo equações nas janelas e em folhas avulsas, por vezes fazendo parecer que sua loucura emana de alguma forma de uma inteligência excessiva.